Recebi este tema como sugestão de post e achei uma ótima oportunidade de divulgar, visto que muitas pessoas consideram normal respirar pela boca, quando na verdade não é, e tem como conseqüência uma série de sinais e sintomas que podem ser tratados.
Vale notar a importância do atendimento por uma equipe interdisciplinar, na qual o objetivo é a qualidade de atendimento, promoçäo de saúde e prevençäo desta síndrome.
O tratamento da síndrome do respirador bucal é um assunto muito abordado atualmente.
Cada vez mais se enfatiza a necessidade de um trabalho em equipe e o conhecimento das diversas áreas que atuam no seu diagnóstico e tratamento.
E por isso a importância de divulgarmos... Segue abaixo uma série de considerações a este respeito.
1. O que é respirador bucal?
É o indivíduo que substitui o padrão correto de respiração nasal por um padrão inadequado, bucal ou misto (buconasal).
O processo de respiração correto é através da via nasal, pois proporciona que o ar durante a inspiração seja filtrado, umidificado e aquecido, assim chegará condicionado aos pulmões, para que as trocas gasosas ocorram. Devido a processos alérgicos ou outras formas de afecções, pode haver obstrução para a passagem do ar pela via nasal, sendo que o ar é essencial para a sobrevivência do ser humano, mediante a este fato o organismo faz com que o ar seja captado por um percurso alternativo, via bucal. O indivíduo que utiliza a boca para respirar é chamado Respirador Bucal. E por este fato o ar inspirado não passa pelos processos de condicionamento para adentrar no organismo, como o caso da via nasal. Uma vez alterada a forma da respiração, o organismo como maneira de compensar a via alternativa, promove uma série de alterações em vários segmentos e sistemas, como por exemplo: alterações posturais, respiratórias, comportamentais e no sistema estomatognático. A este grupo de alterações que o indivíduo apresenta chama-se de “Sindrome do Respirador Bucal”.
2. O que pode causar a respiração bucal?
- Hipertrofia de adenóide (funciona como barreira mecânica, impedindo ou dificultando a respiração nasal)
- Hipertrofia de amígdala (faz com que o indivíduo jogue a língua pra frente, fazendo com que haja interposição lingual, levando à mordida cruzada)
- Desvio de septo (funciona como barreira mecânica, impedindo ou dificultando a respiração nasal)
- Pólipos nasais (funciona como barreira mecânica)
- Corpos estranhos (crianças colocam caroço de feijão, amendoim... obstruindo as narinas)
- Rinite alérgica
- Falta de amamentação materna ( a amamentação é muito importante para o desenvolvimento da musculatura perioral e intra oral)
- Predisposição anatômica
- Hábitos (chupar chupeta/dedo impedem o selamento labial
- Quadros neurológicos.
Características do respirador bucal:
Faciais: face longa, canto dos olhos caídos, olheiras, lábio superior curto, lábio inferior evertido, musculatura ao redor da boca flácida, narina estreita, falta de selamento labial e ressecamento dos lábios
Dento- esqueléticas: atresia maxilar, mordida cruzada posterior, palato (“céu da boca”) profundo, mordida aberta e má postura da língua.
Corporais: pescoço e cabeça para frente (para facilitar a entrada de ar), ombros curvados, região torácica deprimida, musculatura abdominal flácida, desequilíbrio da coluna vertebral, ou muito magro ou excessivamente gordos (a criança come com a boca aberta, ou come muito rápido ou não come; ingere muito líquido junto com a comida para deixar o alimento mais pastoso rapidamente).
Pisíquico: cansaço, inquieto, ansioso, medroso, pouca concentração, faz xixi na cama, possui hábitos deletérios (chupar dedo, ou roer unhas...), agressividade, hipoatividade, desinteresse por esportes (se cansa facilmente seja por não ter tido uma boa noite de sono como também pela dificuldade de respirar), dificuldade de relacionamento (é excluído devido à hipoatividade)
4. Como identificar um respirador bucal?
Além das características colocadas acima, podemos identificar esses indivíduos quando: relatam que não respiram bem, dormem de boca aberta, babam durante o sono, tem dificuldades para esportes e tem sonolência ou falta de concentração.
Existem testes que podem identificar um respirador bucal, porém nada substitui o diagnóstico de um profissional de saúde.
Teste da água: peça para que a criança coloque um pouco de água na boca por alguns instantes (mais ou menos 1min e 30seg). Caso ela não consiga ficar com a água na boca por não conseguir respirar e tiver que cuspir/ engolir a água para poder respirar é porque ela é respiradora bucal. Porém existem aqueles conseguem ficar com a água na boca.
Teste do algodão ou do espelho: enquanto a pessoa respira colocar ou o algodão ou o espelho para ver de onde saí o ar expirado.
Assim que você identificar uma pessoa respiradora oral, encaminhe-a para tratamento.
5. Como faço para prevenir a respiração bucal?
A manutenção correta das funções, nas estruturas relacionadas deve estar correta também, ou seja, tônus muscular adequado de todos os músculos do aparelho estomatognático, postura correta da língua e lábios em perfeito vedamento e respiração com padrão nasal. Estes objetivos são atingidos apenas com a amamentação.
Existem três diferenças básicas entre o mamilo e o bico da mamadeira: o tamanho do bico, o fluxo de leite e a área que rodeia o bico. Além do trabalho muscular que em cada caso é solicitado.
Criança que suga o peito da mãe mantém os lábios vedados, mantém a língua na postura correta, desenvolve corretas funções do aparelho estomatognático e por fim estabelece o padrão correto de respiração, isto é o nasal.
Durante a amamentação a criança estabelece o padrão correto de respiração, mantém corretamente as estruturas orais facilitando a evolução do sugar para o mastigar, ela não executa o simples movimento de sucção ela faz sim uma série de movimentos chamados movimentos de “ordenha” que são estímulos neurofuncionais para o correto desenvolvimento da musculatura perioral (ao redor da boca) para estabelecer um bom vedamento labial, além do estímulo para o correto posicionamento mandibular.
Os malefícios da respiração bucal são notórios não apenas a nível facial, mas também em termos de qualidade de vida do indivíduo, em que observamos a imensa dificuldade destes pacientes em manter a saúde física e mental. Assim pode-se concluir que a amamentação é a melhor e mais simples maneira de se prevenir a ocorrência da respiração bucal, proporcionando à criança alimento, proteção e estimulando seu crescimento fisiológico.
Além da amamentação, a conscientização em relação aos hábitos orais (uso de chupetas e mamadeiras inadequadas, chupar dedos e de objetos), à alimentação (consistência dos alimentos) e evitar estímulos para alergias (cigarro, poluição, pelo de animais, ar condicionado) são importantes na prevenção da respiração bucal.
6. Que profissional da saúde devo procurar para tratamento?
O tratamento da síndrome do respirador bucal é multidisciplinar.
A princípio procure: um dentista (ortodontista) ou médico (otorrino ou alergista), que caso haja necessidade eles te encaminharão para algum dos profissionais abaixo:
· Nutricionista
· Fonoaudiólogo
· Fisioterapeuta
· Homeopata
· Psicólogo
Assim que você perceber que seu filho (ou qualquer outra pessoa) tenha o padrão de respiração bucal, encaminhe-o para tratamento. Lembre- se: tem tratamento!
Ahhhh... lembre de deixar aqui em baixo o seu comentário, sugestão de post ou dúvida e nos ajude a enriquecer ainda mais este tema! Fico grata com sua participação!
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Muito bom, Ju!
ResponderExcluirBeijo!
(i)Adoreiii.. consegui tirar minhas duvidas sobre os meus 18,28,38,48 .
ResponderExcluirBeijo!
nossa! obrigada pois não sabia nada e nem por onde começar, vou me tratar o meu caso é de rinite alergica.
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