quarta-feira, 23 de junho de 2010

Bruxismo



O bruxismo é uma parafunção oral de causa multifatorial, podendo comprometer de diferentes maneiras o sistema ortognático. É um hábito de ranger os dentes, isto é, atritar uma arcada dentária contra outra promovendo um desgaste destrutivo dos dentes durante a noite e/ou apertar dente contra o outro durante o dia. Normalmente este hábito ocorre inconscientemente, não conseguimos ter controle das forças utilizadas nesta parafunção. O bruxismo pode ser observado em todas as faixas etárias e com prevalência semelhante em ambos os sexos. Embora muito observado e estudado em adultos, também é freqüente em crianças durante as dentições decíduas (dente de leite), mista ou permanente.

Não há uma definição exata de como surge o bruxismo. Algumas causas podem levar a ocorrer ou acentuar o bruxismo, tais como: estresse emocional, estresse físico, disfunção e sobrecarga dos músculos mastigatórios, disfunção na articulação temporomandibular, interferência oclusal, perdas dentárias e patologias das vias aéreas superiores.

Além do desgaste dental, o bruxismo pode causar:

  • dor de cabeça;
  • disfunção da articulação temporomandibular (DTM);
  • dor muscular;
  • perda precoce de dentes devido à atrição excessiva e mobilidade;
  • interrupção do sono do indivíduo e de seu companheiro de quarto.


Estudos têm mostrado a estreita relação entre o bruxismo e algumas patologias, como as desordens respiratórias e a Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono (SAOS).

Como Ocorre?

É o ato de atritar e/ou apertar um dente contra o seu antagonista, descarregando muitas vezes fatores emocionais e psicológicos na arcada dentária. O estado emocional do paciente está diretamente relacionado com a hiperatividade muscular. O estresse, depressão, uso de drogas, ansiedade, medo e expectativas incertas sobre o futuro podem desencadear esta atividade parafuncional.

Quando relacionado ao sono, o bruxismo envolve movimentos rítmicos semelhantes ao da mastigação e longos períodos de contração dos músculos mandibulares. Essas contrações, comumente bilaterais, envolvem forças máximas de contrações as quais, em determinados momentos, podem superar aquelas realizadas durante o esforço consciente, apresentando duração suficiente para produzir fadiga e dor muscular. O bruxismo ocorre principalmente durante o estágio 2 de sono não-REM (movimento não rápido dos olhos).

Tratamento

Como o bruxismo não possui uma causa exata, o tratamento é um grande desafio na odontologia.

A forma de terapia mais empregada para o alívio dos sinais e sintomas de disfunção da articulação temporomandibular associados ao bruxismo é a utilização de placas interoclusais. Estas placas são de acrílico a qual o paciente utiliza para dormir e protegem os dentes do desgaste provocado pelo bruxismo. As placas interoclusais reduzem a atividade noturna dos músculos logo após sua colocação. Logo, as placas não resolverão a doença bruxismo, mas minimizarão suas conseqüências.

Em casos em que existem dentes mal posicionados, indicamos o tratamento ortodôntico.

Quando o paciente apresenta desgaste muito grande das estruturas dentárias tendo como conseqüência diminuição da dimensão vertical de oclusão (DVO), ou seja, diminuição da altura de mordida, nesses casos há necessidade de tratamento restaurador seja com restaurações feitas diretamente na boca ou com próteses (coroas, pontes fixas), todos os tratamentos sempre associados com o uso de placa.

Na maioria das vezes, o uso da placa pode estar associado às terapias psicológicas e sessões de fisioterapias.

O tratamento deve ser baseado na redução de tensão psicológica, tratamento dos sinais e sintomas, como o desgaste da estrutura dentária e dores musculares, diminuição da "irritação" oclusal e modificação do padrão neuromuscular habitual.

Caso você ou alguma pessoa de seu convívio tenham bruxismo, procurem um dentista a fim de que ele o examine e o trate antes que haja perda do elemento dental.

Conclusão

O bruxismo é uma doença comum que atinge todos os sexos e idades. Sua ocorrência pode ter fundo psicológico e/ou físico. Seu tratamento, se necessário, deve ser multidisciplinar participando fisioterapeutas, cirurgiões-dentistas e psicólogos, porém a terapia mais empregada são as placas interoclusais miorrelaxantes.


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